Osama Bin Laden morreu. E com ele uma era! Sim? Não? Ou será que assistimos agora não a morte, mas a ressurreição de uma causa, fortalecida ainda mais pelos últimos acontecimentos? Pois um líder morre, mas não o seu ideal. Meu discurso está parecendo de algum extremista islâmico anti-semita e fã do terrorismo? Estou longe disso.
O ponto que gostaria de evidenciar não é qual lado está com a razão – o norte-americano, que por si decidiu representar o ocidente em sua luta cega contra o terrorismo, ou o de Bin Laden, da causa anti-ocidente, da guerra contra o estado judeu e a favor do (seu) Islã – afinal, cada qual age por seus próprios motivos, e não há como se tirar a razão de quem luta por aquilo que acredita, ninguém é dono da verdade. Até ai, tudo ótimo. Por outro lado podemos analisar a situação como uma reviravolta inesperada, e que em grande parte favorece a causa Islâmica (como pensada por Bin Laden), e de seu falecido líder, que agora, além de um exercito de favoráveis, tem a seu lado a eternidade: sua imagem jamais morrerá, e de quebra ainda será tida como a de um mártir por entre os seus. Será que Obama, que veio de uma campanha de muito papo, com muito crédito a seu favor, e que até agora não demonstrou ser a fada azul que se pensava, num cenário de wikileaks e afins, pode ganhar de um mártir imortal? Especulações a parte, o que se sabe é que ainda há muito a acontecer, a luta pelo território palestino é secular, e não será resolvida da noite para o dia. Que virá a seguir?
Não sou o maior fã do tio Sam, aliás, como latino que sou penso não poder agir de outra forma. Eles nos tiraram até o direito de sermos americanos (me aprofundarei nesse assunto em uma outra oportunidade)! Contudo, é com imparcialidade que os vejo como terroristas de igual (ou de maior) periculosidade que a Al Qaeda. Seu terrorismo não existe na forma como o é entendido e aplicado ao terrorismo de Bin laden e de tantos outros. Seu terrorismo é, e esta presente na opressão que sua onipotência irradia por sobre o mundo. Cuba, que paga até hoje por não se submeter às vontades imperialistas, é o melhor exemplo disso. Novamente, não estou aqui para escolher lados (que não o meu, o daquilo que acredito) em uma luta que não é minha. O que não posso deixar de pensar, por ser o que sou e acreditar no que acredito, é que toda essa situação estaria melhor sem o dedo norte-americano enfiado nela.
Bin Laden fora aliado dos EUA contra a URSS, tendo deste o apoio para enfrentar a força socialista. E com a famigerada agência de inteligência norte-americana, aprendeu as práticas que o fizeram ser quem se tornou. César novamente traído! E assim, o império enfia os pés pelas mãos, num ciclo que, espero, tenha fim na serpente engolindo o próprio rabo.